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Uma estreia dramática

belluccirgThomaz Bellucci estreia com vitória em Roland Garros (Foto: EFE)

Uma estreia dramática, mas com final feliz. Assim foi a primeira partida disputada por Thomaz Bellucci na chave principal desta edição de Roland Garros. O brasileiro abriu o jogo facilmente em 2 sets a 0, deixou o alemão Benjamin Becker empatar, pra desespero da torcida que compareceu em peso à Quadra 5 do complexo em Paris, e fechou a partida em 3 sets a 2.

Número 1 do país e 108º no ranking da ATP, Bellucci avança à segunda rodada do torneio e terá um difícil duelo pela frente. Seu adversário será o italiano Fabio Fognini, 14º cabeça de chave e uma das revelações da temporada.

O Tennis Report bateu um papo com o tenista brasileiro logo após a vitória. Thomaz Bellucci falou sobre os pontos altos e baixos da partida, os problemas físicos que têm atrapalhado seu desempenho este ano, a sensação de jogar em Roland Garros e a importância do apoio da torcida aqui em Paris. Confira!

Você teve um ótimo início de partida, levou uma virada, no final reverteu e ganhou o jogo. Que avaliação você faz da sua estreia em Roland Garros?
Thomaz Bellucci - Eu estava jogando super bem. No primeiro e no segundo sets estava dominando a partida, dando poucas chances a ele. No 2 a1 acabei joguei um game muito ruim e foi nesse game que ele começou a jogar melhor e eu hesitei, perdi a agressividade e o deixei entrar no jogo. Assim perdi muitas chances, que me deixaram mentalmente um pouco abalado no quinto set. De qualquer maneira o importante é ganhar. Consegui reverter a situação. No quinto set o jogo estava até mais favorável a ele nos últimos dois sets, então foi bom pra mim no aspecto físico e mental de conseguir, numa situação que estava quase perdida por ter levado uma virada e no quinto set conseguir virar.

Em 2014 você teve muitos problemas físicos que o impediram de jogar o seu melhor e, muitas vezes, abandonar as partidas e até mesmo desistir de alguns torneios que já estava inscrito. O que você tem feito fora de quadra para melhorar ?
Thomaz Bellucci – Sempre fiz e continuo fazendo acompanhamentos com nutricionista e fisiologista. Além disso, tenho feito uma série de exames e a conclusão é a mesma: eu transpiro muito durante as partidas e por isso perco muito sódio e sais minerais a ponto de não conseguir repor na mesma velocidade com que perco. Meu organismo não consegue digerir tudo isso no meio do jogo. É um problema que sinto em ambientes muito quentes e úmidos, justamente por isso optei por não jogar os últimos torneios e ganhar algumas semanas pra me preparar fisicamente. Fui pra Madrid, onde treinei com meu preparador físico, e vim pra Paris uma semana antes também. Às vezes não me sinto bem dentro de quadra, em outras me sinto super bem como me senti hoje. Não dá pra saber se vai acontecer de novo ou não. É uma preparação a longo prazo para buscar uma solução. Para isso já mudei a suplementação, fui em diversos médicos, já gastei muito dinheiro e dou o meu máximo para melhorar a cada dia. Os resultados fogem do meu controle porque não sou um tenista que ganha muitos torneios para gastar ainda mais. Dentro do meu orçamento tento buscar os melhores profissionais possíveis pois sempre invisto muito em minha equipe e esse problema sempre foi prioridade pra mim desde que senti esse mal estar em quadra pela primeira vez, aos treze anos.

Aqui em Roland Garros você não sentiu os efeitos negativos desse problema físico.
Thomaz Bellucci – Não. Em certos torneios não sinto os efeitos dessa perda pois é algo que me prejudica mais no calor excessivo. A temperatura mais amena daqui me favorece e é atípica pois na maioria dos torneios o clima é muito quente e úmido.

Quais as expectativas para a próxima partida contra Fabio Fognini?
Thomaz Bellucci – Boas. A confiança que me deu a vitória hoje é fundamental para o próximo jogo. Poderia ter ganhado mais rápido pois nesse nível tem que vencer, mas não existe jogo fácil e o importante é avançar à próxima rodada. Becker é um jogador de quadra rápida que dá um certo trabalho no saibro, mas fiz o dever de casa.

Qual a sensação de jogar em Roland Garros?
Thomaz Bellucci – Dos Grand Slams é o meu favorito, onde mais gosto de jogar por ser no saibro e numa cidade que é tão legal. O único ponto ruim é que tem muita gente nos restaurantes, nos vestiários, fila pra fazer massagem. Por esse lado prefiro os torneios menores pois há mais liberdade para fazer as coisas com calma e há mais facilidades. Então tem que gostar dos grandes, mesmo.

O que passa pela sua cabeça quando escuta o público brasileiro, que veio de tão longe, torcendo por você ali na beira da quadra?
Thomaz Bellucci – Sem dúvida eu prefiro torcida a favor do que contra (rs). Sempre têm muitos brasileiros aqui e eu gosto desse apoio do público. Muitos te apoiam a cada minuto, do início até o final, ganhando ou perdendo e isso me dá forças dentro de quadra. Saber que tem gente te apoiando e acreditando em você, afinal muitos torcem contra e só te criticam. Então é muito bom olhar pra arquibancada e saber que você tem quem te apoie, principalmente tão longe de casa.

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