Um novo torneio
- Escrito por Ariana Brunello
Ginásio do Ibirapuera (Foto: Gaspar Nóbrega - Inovafoto)
Quadras ruins, bolas inapropriadas, calor extremo, pessoas sentadas nas escadas, apenas uma lanchonete para atender o público que superlotou o Ginásio do Ibirapuera. Cenas que ficaram no passado, mas que serão lembradas para sempre pelos jogadores, fãs de tênis e profissionais que trabalharam na décima terceira edição do Brasil Open.
Reclamações que viraram elogios graças às melhorias prometidas e cumpridas pela organização do torneio de tênis mais tradicional do país. Numa edição repaginada, buscando recuperar o prestígio e a credibilidade da ATP e de todos os envolvidos no esporte, o Brasil Open 2014, sem dúvida, provou que é um novo torneio.
Como em qualquer evento esportivo no mundo, melhorias sempre são benvindas e ajustes sempre necessários. Ainda há muito o que fazer para transformar o torneio paulistano em referência na gira de saibro do calendário sulamericano da ATP. Mas as mudanças significativas e os números grandiosos desta edição provaram que o Brasil Open está no caminho certo.
Quadras novas (Foto: Divulgação Brasil Open)
Entre as novidades apresentadas em 2014, o miniestádio coberto, climatizado e com capacidade para setecentas pessoas foi uma grata e boa surpresa. A estrutura montada e utilizada como Quadra 1 agradou aos jogadores e ao público. Fim dos buracos, das goteiras e do calor excessivo do antigo Ginásio Mauro Pinheiro, utilizado nos últimos dois anos.
Outra mudança significativa foi feita na arena principal. O Ginásio do Ibirapuera ganhou climatizadores, que não se comparam a aparelhos de ar condicionado, mas melhoraram a sensação térmica e diminuiram a sensação térmica, em relação à area externa, em até 5 graus. A quadra central também ganhou atenção especial e muitos elogios por parte dos jogadores.
As bolas, muito criticadas no ano passado, foram substituidas pela Wilson Australian Open e selecionadas em comum acordo com a ATP. E, para garantir o conforto do público e evitar o transtorno ocorrido em 2013, as cadeiras passaram a ser numeradas e outras duas lanchonetes foram montadas na área externa do ginásio.
Bolas Wilson Australian Open (Foto: Marcelo Ferrelli - Inovafoto)
Um dos responsáveis por todas as melhorias foi Paulo Pereira, que reforçou a equipe do Brasil Open. Com uma experiência de 32 anos na ATP, Paulo assumiu o cargo de diretor executivo do torneio e esteve à frente das mudanças realizadas nesta edição. Ao avaliar o torneio como um todo, ele contou que a Associação dos Tenistas Profissionais já fez um relatório elogiando as melhorias apresentadas e acredita que isso pode fazer a diferença para a definição da data do torneio em 2015, que pode trocar de data com o ATP de Buenos Aires.
"A gente deu um passo muito grande para recuperar a credibilidade. Acho que o melhor foi escolher as bolas certas, ouvir a ATP sobre as ideais para esse piso, em um torneio indoor. Procuramos melhorar a qualidade das refeições, passamos a dar transporte dos aeroportos até o hotel e vice-versa. Essa é uma coisa que sempre deixa os jogadores com uma má impressão, quando ele chega ao aeroporto e não tem ninguém pra recebê-lo e colocá-lo em um táxi ou em uma van".
Segundo Paulo Pereira, entre os objetivos para a próxima edição do torneio estão a construção de mais uma quadra climatizada, ao lado da Quadra 1, para ser utilizada durante os jogos e também na preparação dos tenistas. "Uma terceira quadra é fundamental. Com duas fica mais difícil e prejudica os treinos. O Círculo Militar foi espetacular com a gente, as quadras estavam muito boas. Mas é sempre um transtorno ter as quadras de treino ‘fora’ de onde os jogos são disputados, mesmo que 99% dos jogadores tenham ido a pé para aquecer ou treinar".
Paulo Pereira, diretor executivo do Brasil Open (Foto: William Lucas - Inovafoto)
O presidente da ATP, Chris Kermode, visitou o Brasil Open e falou sobre as mudanças em relação a 2013. "Desde que cheguei o Gayle Bradshaw (vice-presidente executivo de regras e competição da ATP) me contou que todos os problemas tinham sido resolvidos, que haviam feito um trabalho incrível e me falou de uma maneira muito positiva. E eu fiquei impressionado pela disposição que todos mostraram, muito proativos. Os jogadores estão incrivelmente felizes", contou à imprensa.
O Brasil Open mal terminou e já esperamos por uma edição ainda melhor, principalmente porque o torneio completará 15 anos em 2015 e merece uma comemoração em grande estilo. Enquanto o próximo não vem, deixamos aqui alguns números curiosos (e grandiosos) desta edição:
- Durante os sete dias de disputa da chave principal e dos dois do qualifying, 16 países estiveram representados na disputa e quase 540 mil dólares foram distribuídos em premiação aos tenistas
- 800 empregos diretos e indiretos foram gerados pelo torneio
- 40 máquinas climatizadoras foram instaladas no Ginásio do Ibirapuera
- 231 profissionais de mídia, de 101 veículos, foram credenciados para cobrir o evento
- 100 horas de transmissão ao vivo pelos canais Sportv, Bandsports e Band
- 43 árbitros de linha e de cadeira
- 5.040 bolinhas Wilson Australian Open utilizadas pela organização
- 6.930 litros de água mineral foram fornecidos ao longo do torneio
- 1.200 garrafas de isotônico fornecidas aos tenistas
- 700 toalhas utilizadas pelos jogadores
- 24 caminhões de 12 metros cúbicos de saibro cada utilizados para montar as duas quadras sobre as quais o torneio foi disputado
- 14 toneladas de pó de telha levados até o Ibirapuera para cobrir as duas quadras
- 1.100 metros de linha para as marcações das quadras
- 30 kg de prego
- 500 kg de gelo utilizados
- 4.800 refeições servidas para jogadores e equipes
- 4 dúzias de bananas levadas todos os dias ao ginásio, para consumo exclusivo dos tenistas
Fonte: DGW Comunicação